Importância do período de Transição
Muitos atletas acreditam que o período de transição é uma fase do treinamento dedicada para não realizar nenhum tipo de atividade complementar, usando apenas para“descansar a mente” . De fato é um momento onde buscamos estes dois pontos, entretanto, sem a real necessidade de tornar-se sedentário durante esse período.
A transição é um período onde reduzimos a importância sobre os treinos de bicicleta, uma vez que se chega ao final de uma temporada e não há mais competições próximas. Com esta redução, abre-se um leque muito importante para trabalhar atividades alternativas em relação aos treinos de bike, sendo grande parte delas atividades com o perfil aeróbico: corridas à pé, caminhadas em montanhas, natação, crossfit, surf, standup, slack line e principalmente o treinamento de força músculoesquelética.
Todas estas atividades alternativas são primordiais para trabalhar grupamentos musculares que não são tão exigidos durante todos os 11 meses de treinamento em cima da bike, entretanto é de suma importância que a distribuição destas atividades seja muito bem organizada para que não se tenha nenhum excesso, o que poderá gerar alguma lesão muscular.
No que se refere ao treino de força, é muito importante um trabalho árduo visando o ganho de força e a compensação do esforço cíclico específico do esporte. Como nesta fase a necessidade dos treinos sobre a bike reduzem, torna-se ideal para desenvolver esse tipo de trabalho.
Os esportes aeróbicos alternativos, além de fortalecer grupamentos musculares não exigidos durante a temporada, também auxiliam na MANUTENÇÃO da capacidade aeróbica durante este período, o que é valioso para o retorno do atleta aos treinamentos visando o próximo período que é a fase de Base. Quanto menor a perda da capacidade aeróbica durante o período de transição, mais rápida é o retorno do atleta aos níveis de onde encerrou a temporada anterior.
No gráfico abaixo vemos o primeiro treino de um atleta após o período de transição. Durante este período ele explorou muito da corrida à pé, corrida em montanha, remo e patins. Observa-se que os parâmetros fisiológicos da FC e potência se mantiveram estáveis durante todo o tempo de treino, o que reforça a importância de atividades aeróbicas complementares durante o período de transição. Como consequência, o atleta provavelmente voltará a empregar as maiores intensidades mais rapidamente, afinal através do gráfico vemos que ele está com um bom condicionamento aeróbico.
Texto por Paulo Cardoso Maia.