Dropper, canote retrátil:  Como usar de forma eficiente

Ele veio para ficar e se tornar um item essencial para a vida de todo mountain biker seja amador ou profissional. Como todo novo acessório desenvolvido pela indústria, exige que faça testes em campo. São muitos testes em campo! Não basta que apenas um profissional use para confirmarmos a eficácia do produto. É essencial que vários atletas/pilotos, cada um com suas especificidades de pista ou trilhas, testem o produto por muitas horas e com diferentes “set-up” de bike e um blend das características de terreno.
Lembrando que ao final, quem melhor vai decidir o que é bom para você, é você mesmo, no máximo com a ajuda do seu treinador. Por isso é importante que você conheça suas individualidades, necessidades, contexto inserido, técnica de pilotagem, objetivos, etc.

A minha base acadêmica e prática vem do “vale do silício” do Mountain Bike e Ciclismo de estrada que é no Colorado-USA. No início da minha carreira eu trabalhei com muitos desenvolvedores, ou eles moravam próximo a mim, ou lecionavam na minha Universidade, com isso, eu tinha acesso de primeira mão a todos os produtos que lançavam, e era um dos primeiros a testar as novidades do mercado. Em 1999, eu já usava um medidor de potência na minha bike, em 2000 já tinha a primeira Tenda de altitude no meu quarto e por aí vai. À medida que a globalização foi aumentando, eu fui me firmando na área de treinamento e como atleta profissional aprendi a observar primeiro os novos produtos e os “hypes” e antes colocar em prática (muita prática!) buscava entender se aquilo me serviria ou não, e como poderia servir aos nossos atletas. Hoje em dia eu não pulo a cerca e voo atrás da vaca como um touro louco, eu espero a porteira abrir e vou caminhando até ela rs.

Como vocês podem imaginar e já devem ter observado, eu comecei a usar o canote retrátil em 2022, se não me engano. Testei-o em diversas situações, entendi algumas demandas e até peculiaridades de treinamento que precisavam ser abordadas para minimizar possíveis pontos negativos do uso do canote: perda de eficiência e flow, maior uso dos músculos de forma isométrica. Por exemplo: você não precisa abaixar o canote para qualquer bump, pois caso faça isso, ele precisa ser acionado de forma imediata após esse bump. Sendo que, ao acionar o canote retrátil, é necessária uma movimentação do seu centro de gravidade e posição na bike e isso pode gerar algum tipo de desgaste desnecessário. “Slow is fast” e fluidez são a mesma coisa praticamente e custa caro perder a fluidez e o ritmo. E se você não é eficiente no uso bem dosado do canote você acaba tento um desgaste a mais fazendo muita isometria (e perde tempo sem pedalar nesse período de isometria) e variando os estímulos neurais causando mais fadiga neuromuscular com o constante “on off” (pedalar, parar, voltar a pedalar) que te faz movimentar demais o corpo em cima da máquina. Concluindo, não o use em excesso durante o seu pedal.

Mas e os benefícios? Costumo argumentar que existem grandes vantagens em estradões para provas de Maratonas (longas distâncias), além do óbvio, que é de poder saltar obstáculos com mais precisão e em uma posição muito mais propícia para não tomar um “virote”. Você consegue economizar energia em maratonas nos baixadões, descansar em descidas onde não precisa pedalar, e usar o dropper para embalar e ganhar maior velocidade sem desgaste físico (sem pedalar) para a uma próxima subida. Existem vários trechos com esse perfil na etapa de ida (primeira etapa longa) da Brasil Ride na Bahia, por exemplo.

Por fim, recomendo o canote retrátil para a maioria dos bikers, mas acho que temos que usar com moderação e buscar usá-lo com eficiência, caso contrário o uso em excesso desse equipamento para tudo faz o pedal ficar mais “quadrado” no geral, tira a fluidez e gera um desgaste maior. E para finalizar, minha sugestão é que vocês bikers variarem a base sempre que puderem, como os jogadores de futebol que chutam com os dois pés, o direito e o esquerdo!

Bons pedais e qualquer comentário só acionar nossos coaches no contato@powerhousebrasil.com.br.

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